Faz bastante tempo que tenho uma preocupação especial com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional das mulheres. Durante muitos anos, o meu treinamento mais requisitado era Heroínas, o qual gerou o grupo no Facebook com o mesmo nome. Apesar desse trabalho constante que faço pelo workshop e nas sessões de Coaching individuais, notei, principalmente durante a pandemia, que a saúde mental das minhas coachees estava sendo mais afetada. Muitas relatavam que precisavam acomodar as obrigações do trabalho com as aulas virtuais dos filhos e ainda fazer todo o serviço doméstico, pois por precaução sanitária não podiam contar com o serviço de empregadas, babás ou até mesmo diaristas. Ao falarem de suas condições, algumas chegavam a chorar e pedir desculpas por estarem desabafando. Com as altas executivas, a condição era agravada, pois enquanto elas podiam dispensar algumas profissionais da equipe para atuarem a partir de casa, em vários casos, elas próprias não tinham com quem contar no ambiente familiar, e também não se sentiam à vontade para pedirem ajuda no trabalho.
Uma pesquisa da McKinsey informou que embora as mulheres na liderança estejam demonstrando maior preocupação com o bem-estar de seus colegas, no íntimo, várias delas estão sofrendo de burnout. Mas, do que se trata o burnout? Segundo o Dr. Drauzio Varella,
Segundo algumas entrevistadas, elas sofrem dessa condição durante muito tempo. No entanto, o trabalho nas organizações não é o único responsável por seu esgotamento. Além da dedicação elevada no trabalho, elas ainda precisam cuidar de, praticamente, 100% do serviço doméstico e/ou dos cuidados com os filhos.
Segundo Alexis Krivkovich, da McKinsey,
Uma em cada três mulheres, e 60% das mães com filhos pequenos, gastam cinco ou mais horas por dia em tarefas domésticas e cuidados.
Como esse problema não é formalizado nas organizações, a carga de trabalho nos escritórios independe do gênero. Além disso, é bem mais comum que as mulheres ao invés dos homens se voluntariem para ajudar em projetos socio-culturais sejam nos seus próprios empregos, ou na escola dos filhos, igrejas, etc.
Muitas organizações sem fins lucrativos têm atuado para o fortalecimento das mulheres, e para mudança nas políticas públicas. Grupos como Associated Country Women of the World (ACWW), The Women’s Association, Business Professional Women (BPW), Mulheres do Brasil, entre outros, são alguns exemplos. Eu, particularmente, já participei dos dois últimos. Não obstante, é importante que haja uma maior sensibilização para os homens, sobre o papel da paternidade, e a importância de dividirem os afazeres domésticos em casa.
Muitas mulheres passam por situações de conflito conjugal e, por fim, optam por não pedir nada aos maridos, a fim de evitar discussões. Além disso, quando um homem participa das tarefas domésticas, a sociedade ainda percebe esse homem como alguém muito especial, ou que a mulher é preguiçosa. Uma mentalidade atrasada tem colocado a saúde mental de várias mulheres em risco.
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Parabéns Adriana!
Parabéns pelo texto e parabéns por ser mulher, ainda mais nesses tempos tão complicados, onde viver não está fácil, e ainda temos uma sociedade machista equivocada!! Sucesso!!