O dia amanheceu nublado, mas Judith queria ver o sol. As palavras de Eliane pareciam música em sua mente e, então ela pensou que precisava criar uma nova realidade para si mesma e recomeçar a sua busca pessoal. Nesses momentos de angústia, o shopping a atraía como ímã. Ela chegou a visualizar aquelas lojas todas, mas na verdade sua busca era por identificar o que realmente queria. Seguiu em seu carro diante daquele passado, porém não estacionou. Passou em frente ao banco onde tinha sido feliz e percebeu que seu coração não estava mais ressentido. Aquela saudade boa começou a dar força para que ela própria reconquistasse seus sonhos. Olhou para o celular e, finalmente decidiu parar o carro e telefonar para Pedro. Uma voz feminina atendeu o telefone e informou que ele estava dormindo. Judith seguiu dirigindo até um local onde pudesse ficar quietinha por alguns minutos. Não observou o que tinha a sua volta. Ela só queria aquietar o coração perdido de sua angústia. Por mais que Judith quisesse luz, o dia continuava nublado.