Júlio César e a força do empoderamento

Fotos: Globo Esportes e CBF.

Ontem o jogo da Copa do Mundo, Brasil e Chile, exigiu muito controle emocional, tanto dos torcedores como dos jogadores. Durante os primeiros noventa e poucos minutos, além de sofrer pela grande disposição dos chilenos, os brasileiros ainda enfrentaram uma arbitragem um tanto deficitária, que anulou um gol, aparentemente, válido do Hulk. O placar de 1X1 no tempo normal levou os dois times para a prorrogação. Como o resultado manteve-se inalterado pelos sucessivos trinta minutos, o cenário ficou ainda mais dramático, pois o jogo iria ser decidido pela disputa dos pênaltis, onde a sorte ou o azar costumam se tornar os protagonistas principais, podendo ser até mais determinantes do que a habilidade técnica dos próprios jogadores. No entanto, nesse desafio esportivo, bem como para muitos outros desafios da vida, o que faz a diferença é a capacidade de concentrar outras forças além da física, apelando principalmente para o poder da mente, do caráter e da fé.

Nesse sentido, os componentes do time brasileiro (incluindo a equipe técnica) demostraram uma grande capacidade de empoderamento individual e coletivo, dando força um ao outro para enfrentar uma situação muito desafiadora. Entre todos, quem mais se destacou foi o goleiro Júlio César. Ele vinha amargando um sentimento de culpa por não ter conseguido defender um gol da Holanda na Copa de 2010. Depois de anos de grande sucesso, no clube da Internazionale de Milão, ele passou por um período ruim e chegou até a ficar sem clube no último ano. Felipão, o treinador da seleção brasileira, surpreendeu muitos, ao persistir acreditando em sua capacidade profissional, escalando-o como goleiro titular. No entanto, no jogo de ontem, Júlio César transformou-se no grande “salvador da pátria”. Fez excelentes defesas durante o jogo e ainda defendeu dois pênaltis, o que foi decisivo para colocar o Brasil nas quartas de final.

O que mais existia por trás da força e da garra de Júlio César? Antes de começar a disputa dos pênaltis, ele sentiu mais uma vez o peso da responsabilidade recair sobre suas costas, pernas e braços. Nessa hora, houve várias e intensas demonstrações de apoio e carinho por parte dos membros da seleção brasileira. O goleiro reserva Victor deu para o Júlio um terço abençoado recomendando que ele colocasse atrás da linha do gol para dar sorte. Um círculo de apoio foi formado por todos os integrantes da equipe e o Júlio foi abraçado por David Luiz, Fernandinho, Henrique, Fred, Marcelo e outros jogadores. Marcelo ainda colocou a mão no peito do amigo e repetiu: ”É você! Você é o cara!” A torcida no estádio em Belo Horizonte, não perdeu sua fé e continuou gritando: “Eu acredito!”

O final dessa história você já conhece. Empoderado pela equipe, com espírito renovado, Júlio Cesar enfrentou os pênaltis com a máxima concentração de forças físicas e mentais. Defendeu dois, quase defendeu outro, e aonde não chegou o corpo do goleiro, a fé da nação na vitória brasileira prevaleceu, estampando a bola naquele poste próximo ao terço, para enfim expulsá-la para bem longe. De todos os cantos do Brasil, os gritos de comemoração da torcida se uniram àqueles do Júlio e do time.

Que o exemplo da história do Júlio César possa servir para todos nós! Precisamos acreditar mais nas nossas próprias capacidades e apoiar uns aos outros quando precisamos de força para mudar o jogo e vencer.

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