East Side Sushi: uma história transcultural

East Side Sushi_Adriana Lombardo

East Side Sushi, sob direção de Anthony Lucero, é um dos melhores filmes para explicitar as relações transculturais na carreira. O filme tem como protagonista Juana, uma mulher latina determinada a se desenvolver profissionalmente e a vencer preconceitos e estereótipos.

Seu trabalho como vendedora de frutas, em Oklahoma, além de exaustivo e decepcionante, logo tornou-se perigoso. Nas suas demais experiências profissionais não havia perspectiva de crescimento. O estímulo do pai para que ela trabalhasse em um restaurante mexicano não a motivava. Ela queria mais da vida tanto para si mesma como para sua família, um pai dedicado e a filha, ainda criança.

Seu espírito e desejo de ser uma boa mãe e profissional a levavam a estar atenta a todas as oportunidades. E foi assim que ela se deparou com o anúncio para ajudar na cozinha de um restaurante japonês. Segura de si, ela marcou a entrevista e, durante a conversa, mostrou-se capaz de enfrentar qualquer desafio.

Demonstrando garra e determinação em seu trabalho de assistente, Juana ganhou a confiança do Chef Aki. Sempre atento e com elevada sensibilidade cultural, ele notou seu interesse e disposição e lhe concedeu a oportunidade de aprender as técnicas e a arte da culinária do Japão. Apesar do comprometimento, desempenho e autenticidade de Juana, o proprietário do restaurante Sr. Yoshida mostrou-se resistente a autorizar uma mulher mexicana a dividir o espaço de balcão como Chef de Sushi.

Apesar das dificuldades, julgamentos e preconceitos relacionados a sua nacionalidade ou ao seu gênero, a cozinheira enfrentou seus medos e arriscou a candidatar-se para a vaga de Chef de Sushi no restaurante Osaka, onde ela vinha atuando. Sentindo-se humilhada por ter sido rejeitada para a vaga, e imbuída do desejo de ir além da tradição japonesa, propor inovação e ser reconhecida, ela abandonou o emprego.

Após sua partida, Juana realizou outros trabalhos, mas sem satisfação. Sua tristeza e falta de rumo eram aparentes. O amor pela cultura japonesa, principalmente, na gastronomia revelaram seu propósito maior. Conectada com as duas culturas, ela encontrou sua cozinha autoral, mesclando ingredientes mexicanos e japoneses.

O apoio da família e o resultado favorável  à inscrição que ela realizou para um concurso de chefes de sushi a recolocaram no caminho do sucesso profissional.

O estímulo, desapego, respeito e amizade do Chef Aki, maior responsável por seu aprendizado no restaurante Osaka, foram outras fontes de motivação.

Vários enfrentamentos pessoais e exemplos de superação a fizeram se destacar como uma Mestre do Sushi. Ser ela mesma foi o diferencial que a levou a ser respeitada e conquistar sua própria identidade como a Chef Juana Martinez, no restaurante Osaka, ganhando o prestígio de ter seus pratos autorais como destaque no cardápio.

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