Hoje é o Dia Mundial dos Refugiados e vários jornais têm feito referência a esse tema. Por outro lado, houve por parte do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a determinação de “tolerância zero” aos imigrantes ilegais na fronteira com o México. O fato das crianças terem sido separadas de seus pais ou demais familiares que tentavam entrar ilegalmente no país gerou uma avalanche de críticas com repercussão internacional.
Esses termos podem deixar as pessoas confusas e muitos profissionais instruídos acabam utilizando os termos como sinônimos. Na verdade, é importante diferenciar os migrantes dos refugiados.
_ Os migrantes são pessoas que se mudam, movimentam-se de uma parte a outra, por interesses particulares, em prol de crescimento na carreira, desenvolvimento acadêmico ou estimulados por questões pessoais, ou seja, buscam uma melhor qualidade de vida;
_ Os refugiados são pessoas que deixam seus países de nacionalidade por temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbem seriamente a ordem pública, devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, para buscar refúgio em outros países.
Juridicamente, um refugiado – diferentemente de um migrante – é alguém que se enquadra nas definições da Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. A Convenção resguarda os refugiados do risco de expulsão e garante a eles os mesmos direitos e deveres dos cidadãos dos países que os acolhem.
Milhares de homens, mulheres, idosos e crianças provenientes de diversos países, a todo momento deixam as suas cidades, as suas raízes, em busca de uma vida digna, da liberdade de ir e vir e de sonhar o “sonho americano” ou qualquer outro sonho que possam (re) conduzi-los até onde querem chegar para construir seu futuro. As motivações variam. Alguns partem de forma voluntária, os migrantes; outros de forma, praticamente, compulsória, os refugiados. Independente das motivações deles, devemos pensar em quais são as nossas próprias motivações para acolhê-los ou para humilhá-los, ignorá-los, excluí-los, percebê-los como inferiores. O que temos a aprender com essas pessoas? Temos mascarado os nossos preconceitos nas velhas desculpas da falta de tempo para apoiá-los e incluí-los como pares em nossas equipes?
Na perspectiva do Coaching, vemos tantas pessoas procrastinarem suas decisões, suas metas tão sonhadas, pautadas pelo medo. No caso dos refugiados, é o medo que os impulsiona e os faz fugir de uma situação insuportável. Há muito medo, mas também muita coragem de largar tudo e enfrentar o desconhecido. Nessa complexidade, habitam seres humanos com muito a dizer. Será que queremos escutá-los?
Leia também:
O Porto: um filme sobre a imigração
Li Ké Terra (=esta é a minha terra)
Muito bons seus esclarecimentos em relação a migrantes e refugiados.
Em se tratando de seres humanos fugindo de seu país seja um ou outro merecem solidariedade.
Porque estes países ricos que não querem recebê- los não os ajudam nas suas pátrias? Por que eles precisam passar tanta humilhação
São seres humanos que precisam ser amados e respeitados. É assim que eu penso.
Adriana, adorei o esclarecimento! Muito obrigada pela dica. Beijos