Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos, acaba de ser eleita pela revista “Time” como a “Pessoa do Ano”. Isso se deu porque em agosto de 2018 Greta começou com um protesto solitário, na frente do prédio do Parlamento de seu país, clamando por ações dos governantes em prol da mitigação do aquecimento global. Sua atitude inspirou outros jovens, que juntos deram força à greve das escolas pelo clima, que acontecia toda sexta-feira.
Seu movimento ganhou força e inspirou 4 milhões de pessoas a se unirem em 20 de setembro de 2019, na greve global pelo clima, que, de acordo com a revista Time, foi considerada como “a maior manifestação pelo clima na história da humanidade”. Sem interesse em se autopromover, mas movida pela paixão por uma causa importante, ela se tornou um símbolo na luta contra as mudanças climáticas.
A imagem de capa da publicação norte-americana traz a jovem junto da frase ‘o poder da juventude”. De fato, a juventude reencontrou o seu poder por meio dessa porta-voz das novas gerações nos debates sobre o clima. Greta tem inspirado cada vez mais jovens ao redor do mundo a se engajarem em causas ambientais, desafiando a inércia dos seus próprios governantes.
Engajada, comprometida e incansável, a ativista ambiental embarcou numa viagem pelo mundo, cheia de propósito. Reuniu-se com o Papa Francisco e se dirigiu aos chefes de Estado da Organização das Nações Unidas, discursou no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, e na cúpula do clima da ONU.
Por que estou abordando esse tema? Acredito na teoria da Espiral Dinâmica, que tenho aplicado ao longo da minha atuação como coach. Baseada em 50 anos de pesquisas, iniciadas pelo psicólogo americano Clare W. Graves, essa teoria é uma maneira de explicar a natureza das mudanças ao nosso redor e o seu processo evolutivo. Segundo essa teoria, quando um indivíduo se encontra centrado em um determinado nível de consciência, ele possuiu um modelo particular de mundo e age limitado às condições neuropsicológicas correspondentes a esse estágio. Diante das mudanças na vida, cada pessoa pode passar por vários desses estágios. Ken Wilber apresentou oito níveis de consciência, ou ondas da existência, os quais foram relacionados a um sistema de cores desde o bege, roxo, vermelho, azul, laranja, verde (quando deveria ocorrer um salto de consciência), amarelo e turquesa. Consigo explicar em detalhes como a espiral funciona (para quem quiser) e apliquei esse teste em alguns dos meus coachees. Apresento um quadro síntese abaixo.
Desde que Greta começou a se tornar conhecida, para mim ela era bem mais que a pessoa do ano. Na perspectiva da teoria da Espiral Dinâmica, Greta é a líder do “salto quântico” da consciência global, que tem impulsionado uma mudança coletiva para o nível verde. Segundo Graves, após esse nível, relacionado com as preocupações por causas ambientais, as pessoas passam a perceber o mundo de forma mais sistêmica e holística, respeitando os ciclos evolutivos individuais, sem julgamentos; mas a partir de uma ampla compreensão do mundo e das pessoas.
O fato da Greta ter o transtorno do espectro autista (TEA), com diagnóstico de Síndrome de Asperger, traz ainda mais impacto, pois coloca em cena pessoas com mentes brilhantes, muitas vezes vítimas de preconceitos e bullying, mostrando-se capazes de ajudar a todos a pensarem mais sobre as mudanças climáticas, mas também sobre mudanças de mindset, de maneira profunda.
Na minha opinião, Greta is great! Ela merece esse reconhecimento da revista Time e todos os outros que já ganhou por seu engajamento. É a pessoa que faltava para inspirar o mundo para um novo estágio no processo evolutivo!
Este seu texto está maravilhoso. Eu tenho me aliado a esta luta por muitos anos desde que eu fiquei sabendo através de minhas leituras sobre o aquecimento global e que teria como consequência o derretimento das geleiras e causando inundações que destruiria várias cidades marítimas…e agora vem Greta literalmente gritar para os poderosos, que isto é grave e que eles têm que abraçar esta causa. Parabéns pelo artigo. Amei.