Pensar o futuro da organização é um exercício essencial na liderança. No entanto, no mundo globalizado, as conexões entre a própria empresa e outras instituições é elevado, e, portanto, o impacto decisório de cada escolha pode desencadear processos positivos e negativos de um modo bastante acelerado. Lidar com esse nível de pressão pode ser instigante, desafiador, mas pode ser, também, aterrorizante.
No exercício do meu trabalho de Coaching Executivo, noto que alguns profissionais acabam se preocupando com o futuro de um modo além do normal. A preocupação recorrente com a aceitação de um superior hierárquico, de colegas e até mesmo da equipe de subordinados pode desencaderar o transtorno de ansiedade e até mesmo a síndrome do pânico. Os profissionais, principalmente, aqueles mais dedicados e perfeccionistas podem ser os mais sucetíveis às crises de ansiedade. Na ânsia de acertar tornam-se reféns dos seus próprios resultados.
A resposta física à ansiedade é conhecida como “fight or flight”, “lutar ou fugir”, que depois acrescentou o termo congelar, ou seja, ficar passivo às intempéries. As três ações são comuns quando as pessoas experimentam o perigo físico. No entanto, como afirma Aspagia Karageorge, Doutora em Psicologia Clínica do Cérebro, “pode ocorrer em muitas situações que não são perigosas, como uma festa” ou encontro entre amigos, e até mesmo quando os profissionais antecipam acontecimentos ruins no futuro e temem as consequências de suas decisões. Você já deve ter percebido o quanto as pessoas ficam mais vulneráveis em momentos de avaliação de desempenho, por exemplo.
Na minha prática profisional e no workshop Mindset de Sucesso falei bastante sobre a existência de três cérebros – a cabeça, o coração e o intestino. Com o meu constante aprimoramento nos campos da Neurobiologia e da Neurociência, tenho tido cada vez mais a confirmação de que o alinhamento dos três pode contribuir no combate à ansiedade. A respiração profunda, realizada com exercícios específicos do mBraining, pode interromper essa resposta de lutar ou fugir, ativando o sistema parassimpático.
As mais altas expressões dos três cérebros são: 1) cérebro da cabeça – criatividade, 2) cérebro do coração – compaixão e 3) cérebro do instestino – coragem.
Quando abordo o tema criatividade não aponto para aquela criatividade essencial para os artistas ou que nos faz pensar fora da caixa. Na verdade, estimulo a pensar sobre a criatividade que gera novas linhas para revelar a autenticidade e a verdadeira identidade de cada um.
A compaixão, também, precisa ser vista como um sentimento direcionado ao outro, mas também a si mesmo. Muitos profissionais criam uma relação com a organização que se torna doentia. Eles não conseguem fazer pausas fundamentais para o seu próprio descanso, e inclusive, para atingir resultados sustentáveis.
A coragem, vinculada ao cérebro do intestino, tem uma correlação forte com as ações de lutar, fugir ou congelar diante dos problemas. Essa habilidade de ir além do medo; de sua identidade gerar mobilidade no enfrentamento dos obstáculos, apesar das percepções de insegurança, risco ou medo de se ferir; são típicas do cérebro entérico. Sem coragem não conquistaríamos os nossos sonhos. Sabemos, ainda, que os resultados de sucesso sempre envolvem correr e gerenciar riscos.
Se você quer atuar na sua liderança de forma coerente é preciso prospectar o futuro, mas não viver no futuro. Além disso, não pode permitir que os próprios pensamentos negativos, e as preocupações lhe roubem a liberdade de uma vida bem-sucedida na carreira, mas também na família, no círculo de amigos, na comunidade e nas ações sociais.
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