O elo com a terra natal, com a terra de descendentes ou com a terra onde se foi criado é difícil de se desfazer. É sobre essa ligação afetiva que trata o filme português Li Ké Terra (2010) de autoria de Filipa Reis, João Miller Guerra e Nuno Baptista.
Dois jovens descendentes de imigrantes cabo-verdianos, Miguel Moreira e Ruben Furtado, vivem em Lisboa, Portugal: necessitam encontrar trabalho, mas precisam de documentos para adquirir a nacionalidade e regularizar sua situação.
O filme aborda questões sociais, como demonstra a afirmação de Miguel: “Pessoa sem documento é nada”, e conflitos sobre crenças, tais como, acreditar ou não acreditar em Deus, apresentada por Ruben, provavelmente por estar atravessando um momento cético devido as suas próprias dificuldades, visto que em duas cenas nas quais ele aparece no filme se percebe a imagem de Nossa Senhora e de Buda. Miguel deixa claro seu lado romântico, quando diferencia ter uma namorada de ter uma companheira. O significado de companheira é algo que para ele tem mais valor. A afetividade também está representada no cenário do quarto dos rapazes, com fotos nas paredes, e também em suas falas, como “Vou sempre me considerar cabo-verdiano” que enfatiza o sentido do título do filme “Li Ké Terra”.
LI KÉ TERRA – Trailer from Vimeo.
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