O Porto (= Le Havre), um filme do cineasta finlandês Aki Kaurismaki, Grande Prêmio da Crítica, no Festival de Cannes, 2011, traz às telas do cinema a preocupação com o tema da imigração, cada vez mais em voga nos debates internacionais.
No filme, o imigrante ilegal africano Idrissa (Blondin Miguel), vindo do Gabão, busca reencontrar sua mãe, que vive em Londres. Depois de fugir da polícia francesa, que o encontra em um contêiner junto a outros imigrantes ilegais, Idrissa é ajudado pelo engraxate Marcel Marx (André Wilms), um típico cidadão pobre francês que, além da dificuldade financeira, sofre o distanciamento da sua mulher Arletty (Kati Outinen), internada em um hospital, por causa de um câncer. Marcel, que inicialmente parecia ser antipatizado pelos vizinhos, ganha a consideração de todos por sua atitude humanitária. Aos poucos, um círculo de apoio e atenção cresce em torno dos personagens para ajudar Idrissa a ir ao encontro de sua mãe.
O filme, bastante crítico, expõe a fragilidade do tema imigração, que ainda não recebe a atenção devida no âmbito da agenda da política internacional e da cooperação entre governos, mas vem despertando crescente interesse da mídia, e do público em geral, naqueles países que, como a França, enfrentam freqüentes ondas de imigração clandestina.
No Brasil, o órgão que trata do tema é o Conselho Nacional de Imigração – CNIG. Um de seus representantes, o Sr. Paulo Sérgio de Almeida, tem feito várias observações interessantes nesse sentido, ao participar do seminário internacional “Política migratória e o paradoxo da globalização”, realizado em 3 e 4 de abril, na Universidade de Brasília. Segundo ele, “as pessoas têm o direito a migrar. Ninguém é obrigado a passar desespero e ficar condenado a viver ali.”
Abaixo o trailer desse emocionante filme, que recomendo assistir por completo, principalmente se tiver interesse no tema da imigração.
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