Existe um antigo ditado que, pelo senso comum, parece contraditório, mas com o qual estou de acordo: “Quer chegar rápido? Vá devagar!” Embora esse conselho possa nos levar a múltiplas reflexões, quero comentar sobre sua relevância em termos de ética profissional. Muitas vezes, por pressa, as pessoas saem atropelando quem estiver pela frente, agindo de forma precipitada, apenas pensando em atingir seus próprios objetivos e cumprir seus compromissos imediatos, sem se preocupar com as consequências das suas ações. Um dia, porém, esses “apressadinhos” podem, ocasional ou providencialmente, encontrar com aqueles que foram “atropelados” por eles mesmos, firmes em uma nova posição, às vezes até mais elevada ou influente. Assim, aqueles que se apressaram em chegar rápido, podem deixar de aproveitar ou até perder oportunidades de crescimento na carreira. Não abordo, neste post, questões relacionadas a justiça ou injustiça, vingança, mas quero chamar a atenção para aquelas pessoas que tentam uma escalada profissional sem se preocuparem em criar uma atmosfera de confiabilidade entre aqueles que estão ao seu redor. Além desse meio de obtenção de resultados não ser ético, é contraproducente e ineficiente.
Aqui ainda cabe uma outra proposta de reflexão, que eu como planejadora não posso deixar de fazer: “Onde você quer chegar? O céu é o limite?! Com quem você quer chegar ao céu?!” É importante ter cuidado para, na pressa, não pegar a estrada que leva a um lugar bem calorento e cheio de tridentes!
Adriana, você acha que essa atitude está relacionada com o caráter e valores de uma pessoa?
Elisângela, gostei muito do seu questionamento. Com base em minha experiência, eu diria que a pessoa que tem tal atitude está priorizando algum valor específico: o status ou o poder ou um ganho econômico, ou todos, conjuntamente, muitas vezes em detrimento de outros valores como a honestidade, a amizade, a ética. As razões podem ser várias: inconsciência, imaturidade, egoísmo ou até mesmo uma questão mais séria de desvio de caráter.